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Foto do escritorLuiz Cláudio Koerich

Qual o custo do meu produto/serviço?

Toda organização que comercializa algo, seja produto ou serviço, visa lucro para, em última instância, remunerar o capital investido. Lucro é legítimo, necessário e impulsiona o empresário/empreendedor a continuar realizando novos investimentos. Todavia, pressuposto básico para a obtenção do lucro é ter conhecimento de todos custos do que se comercializa. Infelizmente, muitas empresas vendem produtos sem realizar um apurado “custeio” dos mesmos, isto é, sem levantar e calcular adequadamente tudo o que está contido de desembolso naquele produto. E o resultado desta falta pode ser grave, a ponto do suposto lucro ser muito menor do que o imaginado ou, por vezes, até mesmo negativo.


Para fins de custeio, os diversos componentes de um produto/serviço, são divididos em custos e despesas, fixos e variáveis. A depender do método a ser utilizado, sendo os mais usuais custeio por absorção, custeio variável ou custeio ABC (Activity Based Costing), estes componentes são tratados de forma a apresentar no final do processo o custo do item. Conceituando superficialmente, custos são todos os desembolsos incorridos na aquisição, conversão e procedimentos realizados para fazer com que os estoques se transformem na sua condição de venda, como por exemplo matéria prima e mão de obra da produção. Já despesas são os desembolsos necessários para a obtenção da receita, mas não relacionados com a produção, como por exemplo telefone, contabilidade, pró-labore e comissões. Podem ser fixos, não variando conforme o nível de produção, ou variáveis, variando conforme a quantidade produzida. E ainda podem ser diretos ou indiretos: os primeiros sendo atribuíveis diretamente a um produto, sem precisar utilizar-se qualquer critério de rateio, e os segundos demandando uma regra para serem apropriados ao produto, não tendo uma relação necessariamente direta com ele.


Cada método utiliza-se de determinados critérios e classificações apresentando um resultado como o custo final do produto. Ressalta-se que este resultado depende do método utilizado. No custeio por absorção, o único aceito pela legislação brasileira, todos os custos são alocados ao objeto de custeio a fim de que nas demonstrações de resultado, os produtos contenham tudo o que foi desembolsado com eles. Para isso são utilizados rateios, o que tende a causar imprecisões. As despesas, são contabilizadas diretamente no resultado do período.


O custeio variável direciona somente os custos e despesas variáveis aos objetos de custeio, já os custos e despesas fixas são destacados nas demonstrações de resultado tornando mais claro este montante e o quanto ele influencia no lucro final. Este método é bastante utilizado gerencialmente, pois permite identificar a margem de contribuição dos produtos, ou seja, com quanto cada produto contribui para pagamento dos custos e despesas fixas. Ele permite ainda calcular o ponto de equilíbrio tanto em faturamento quanto em número de unidades a serem vendidas. Assim, oferece informações úteis para uma análise comparativa entre produtos. Mas também tem limitações, como por exemplo a difícil separação entre custos fixos e variáveis, a subavaliação de estoques por conter somente custos variáveis etc.


O custeio ABC define quais custos de uma empresa são gerados pelas atividades que ela desempenha, as quais por sua vez, consomem recursos. Desta forma, o custo dos produtos é calculado a partir do quanto de cada atividade o produto “consome”. Utiliza-se de drivers de custeio que rastreiam e determinam quantidades de recursos que cada atividade consome e quantidade de atividade que cada produto consome. Sua metodologia é um pouco mais complexa e em geral, exige mais recursos por exigir maior esforço no levantamento e estruturação dos dados.


Além destes métodos aqui comentados, existem outros menos usuais. Todos eles têm suas vantagens e desvantagens, e por isso antes de escolher qual método utilizar deve-se levar em conta o objetivo (se meramente contábil ou gerencial), os recursos disponíveis e o nível de precisão que se deseja obter. A depender do método, realizar um adequado custeio permite melhor precificação, maior clareza dos gastos, análise de lucratividade entre outras possibilidades. Os métodos complementam-se e é possível, sim, a utilização de mais de um, a fim de obter-se uma visão ainda mais completa dos custos do que se comercializa. Mas uma coisa é certa: saber qual o custo do produto/serviço é fundamental para o negócio que deseja prosperar.

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